04 setembro 2011

História de Amor;

Terceira parte da trilogia de quatro: “A Voz Do Violão”;
Primeira parte: Quanta Gente Veio Ver
Segunda parte: As Seis Cordas D’uma Seresta

     Em todos os dias da minha vida, poucos foram aqueles que acordei bem disposto. Esse não foi um dia desses. Embora tenha dormido muito bem, como um anjinho, acordei pilhado, pulando da cama, lotado de uma adrenalina que consumia o meu juízo, e de um estresse que calava meu coração.

Eu, Tâmara, Allana, Duda Félix, Mãe, Saíze;

     Havia muita coisa à ser feita, muitos detalhes para ajustar, e, infelizmente, estávamos todos cansados, exauridos, e ansiosos; Nenhum de nós, tinha quaisquer condição de tomar qualquer decisão. Mas, tínhamos que tomar. Eram de nós que todos esperavam, que todos procuravam quando precisavam de soluções.

     O que mais doía, porém, era ver pessoas que se amavam, completamente afastadas com tanto trabalho, e olhando-se com total discordância., quando atitudes estremas deveriam ser tomadas. Pior do que ver, era sentir. Certamente, nunca, jamais, estivemos preparados para tudo aquilo que vivíamos.

     Porque tudo exigiu de nós, sempre, a superação que demonstrávamos. Tudo exigia muito mais do que tínhamos, ou pensávamos poder fazer. Nós tínhamos que ir além do que éramos. Nos superar de uma forma quase que brutal, de uma forma estupidamente louca; tivemos que ser mais do que nós. E éramos apenas nós.

     No dia da festa, tenho plena certeza que ninguém, absolutamente ninguém olhouMeus amores! pra si mesmo e se viu na condição de ter feito, e fazer tudo aquilo. Tenho certeza, que por um misero espaço de tempo, todos olharam pra si, e duvidaram daquilo que tinham construído, e duvidaram das próprias forças para fazer todo o grandioso resto.

     Mas, tínhamos que fazer. Era preciso que se fizesse. Ninguém poderia sair correndo daquilo tudo, acordar e perceber que estava dormindo. Era real, real demais. Um pensamento era claro, nas oras difíceis: Tínhamos Alguém do nosso lado, Alguém que sempre nos guiou e jamais nos deixou desistir - Deus.

     E assim, fizemos o que deveria ser feito. Coordenamos tudo, deixamos o salão do Leader lindo, arrumado e pronto para o show, claro que com a providencial ajuda do nosso querido amigo Arilson Teixeira. Estava tudo pronto, depois de um dia tão intensamente movimentado e cansativo  como aquele vinha sendo.

     Contudo, havia uma coisa. Uma coisa que nos tinha deixado preocupados esse tempo todo. É que os ingressos, que mandamos fazer no Rio Grande do Sul, não haviam saído todos. Ainda precisávamos vender. Vender muito. O pânico tomava conta de todos. Tínhamos  espaço pra vender, e não haviam compradores.

    Marcus, Ítala, Saíze e Martinez; Haviam pessoas que prometeram presença, mas que, até momentos antes do show, sequer haviam telefonado, ou dado o ar da graça. Foi triste o desespero. E, sendo sincero, chorei. À tarde, quando fique só, diante daquela situação, não tive como não chorar, e apelei pra Ele, num prece por ajuda, quase desesperada.

     E apelei pra Ela também. A advogada de todos nós, a mãe do Salvador, e nossa mãe também. Pedi-lhe compaixão, por pessoas que tinham dado o sangue por aquilo, que tinham sacrificado momentos de sua vida, para que aquele se realizasse e fosse perfeito. Pedi clemência. Pedi pra rogar por nós, pecadores.

     Depois de tudo parcialmente pronto, fui para minha casa. Me arrumei, pus uma calça que eu adorava, coloquei bastante perfume, calcei o tênis que eu sempre sonhei pra ocasião. Enfim, me vesti à caráter. E, claro, havia a camisa. A camisa branca da festa, feita especialmente para aquele dia. ‘A Voz do Violão’, era o que havia estampado no peito de todos que fizeram aquilo acontecer.

     Ligaram pra mim, quando ainda estava chegando no Leader. Queriam ingressos.  Vi aquilo como um bom sinal, talvez as pessoas tivessem deixado pra última hora. Talvez, só talvez, pairava a ideia de que, talvez, lotássemos aquele salão. Com meu crucifixo na mão, cantava baixinho, ‘História de Amor’

Todo Mundo! :D

      Prestamos conta dos ingressos que tínhamos vendidos para a querida Fernanda Gonçalves, separamos as fichas e, com um pequeno atraso no que havia sido planejado, abrimos os portões. Era a hora do show começar. Estava tudo [parcialmente] pronto. Enfim, chegara a hora. Era sucesso, ou fracasso.

        Era tudo, ou nada.

Gostando da série? Tá bacana, tá legal? Não? Erratifiquem, oras! Smiley de boca aberta 

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