28 agosto 2011

As Seis Cordas d'uma Seresta

Segunda parte da trilogia: “A Voz Do Violão”;
Primeira parte: Quanta Gente Veio Ver
Terceira parte: História de Amor;

     ‘As seis cordas de uma seresta’ foi o subtítulo que, de comum acordo, escolhemos. Embora novo, e surgido tão de repente numa das nossas reuniões, traduzia justamente o que queríamos:  a sutileza e a elegância de uma festa, na qual reinariam as seis cordas do violão, e a voz deste instrumento tão ímpar.

As seis cordas de uma seresta;

     Nos  bastidores, víamos claramente a festa crescer, tornar-se grande antes mesmo de sequer chegarmos perto de sua realização. Como mandava o manual, fazíamos tudo antecipadamente, não nos colocávamos como presas para surpresas e para imprevistos. Nunca fomos presas, e, se tínhamos que assumir um papel em todo o enredo, jamais fizemos papel de caça; erámos, todos, caçadores.

     Obviamente que houveram alguns detalhes que não gostamos. Mas, quanto à eles, sempre soubemos que eles viriam, que existiriam e, sem nenhuma soberba, sempre estivemos prontos para enfrentá-los e dobrá-los à nossa vontade e às nossas feições. Impávidos e intrépidos; foi isso o que buscamos no princípio.

     E foi basicamente isso que fomos nos primórdios de nossa organização. Buscamos diminuir ao máximo o medo que habita cada ser humano, e enfrentar, destemidos, tudo o que viria por a frente. Seria hipócrita se dissesse que conseguimos perfeitamente o que buscamos. Mas, tivemos nosso sucesso.

     Isso porque usamos de um ingrediente eficaz para fazê-lo, e não tivemos muito trabalho para consegui-lo. Contra o medo, usamos a confiança que, dia após dia, adquiríamos, herdada de um trabalho que executávamos, mesmo com toda a inexperiência e todos os olhares duvidosos dos que nos cercavam, com perfeição.

     Tamanha confiança no nosso projeto, foi de fundamental importância para que outras pessoas também aderissem à ele. Conseguimos o apoio de inúmeras pessoas, que com sua gentileza e apoio (e gostaria de citar o amigo Mateus Carvalho), nos ajudaram bastante, e nos abriram inúmeras portas.

     Ouso dizer, que, nenhuma outra festa em nossa cidade conseguiu mais patrocinadores que nós. Posso estar sendo ingênuo, ou desinformado, mas a incrível marca de quase, ou mais que quarenta empresas, é o suficiente para que eu afirme que A Voz Do Violão’, teve o melhor projeto, e a melhor apresentação deste para o comércio em muito tempo. Os números, clarividentes, mostram.

     Contudo, devo dizer também que a divulgação que, desde os primórdios do projeto, fazíamos em larga e abrangente escala, foi de fundamental importância para impactar, seduzir e agregar todos os nossos colaboradores.

     Do nosso lado, aprendíamos coisas que serão essencialmente úteis para o nosso futuro. Aprendemos a barganhar, negociar, e, principalmente, a parte mais difícil de toda e qualquer tarefa: lidar com seres humanos, lidar com gente.

     Infelizmente, com o correr do tempo, os problemas foram se acentuando, tornando-se mais frequente, e o cansaço, o estresse e a impaciência foram tomando conta de nós. A ansiedade era gigante, e o perfeccionismo, para que tudo ocorresse perfeitamente bem, era maior que ela. Mas, a gente foi levando.

     Mandamos que se fizessem camisas, cartazes, panfletos e, ao longo do tempo, percorrendo toda e qualquer festa desta cidade, lançamos nossa marca. O logotipo da nossa festa, creio, foi visto por quase toda a cidade, por quase todos os jacobinenses. Fizemos questão de mostrar à todos o nosso poderio.Marcus, Lídia, Fernanda e Filipe

     Por que a qualidade do nosso material foi veiculado desde o São João até mesmo depois do dia 23 de Julho – dia em que aconteceu a festa. Entramos no mês de Julho bem falados, e, também, com o suor escorrendo pelo nosso corpo. Um suor que cheirava a trabalho, garra e vontade. Continuamos, firme.

      Especificamente no dia 15, uma sexta-feira, promovemos o ‘Esquenta’ para a nossa festa, com o show do nosso querido amigo Igor Bruno (o Cabeça); tivemos a cobertura da Rádio Jaraguar – nossa parceira – para toda Jacobina e região e lotamos a UniChopp, numa prévia, ou presságio do que seria o show principal.

      Na última semana da ‘Voz’, os trabalhos se intensificaram e os problemas, seguindo a normalidade de suas ações, também. À começar pelos impostos; o Alvará nos deu um rombo, e a União (sim, nossa pátria!) outro, três vezes maior.Quem manda lá em casa!

     A burocracia nos fez percorrer fórum, prefeitura, conselho tutelar e inúmeros outros lugares; em alguns tivemos que lidar com o péssimo atendimento, com a falta de informação e com o mau humor que cerca o serviço público.

     Contudo, estávamos de pé no dia vinte e dois, quando paramos a cidade em uma carreata – sem precedentes – para a divulgação. Colocamos carros e motos nas ruas, convidando todo o povo para verem o que tínhamos feito; gritávamos, fazíamos festa, éramos uma verdadeira torcida de futebol. Acabamos as buzinas, restou pouquíssimo de nossas vozes.

      Naquele dia, véspera do grande show, da nossa criação, eu dormi como um bebê, com as caixinhas de som ligadas, ninado pelas músicas de Canindé, que entonava, com seu violão e sua voz inconfundível, as seis cordas de uma seresta.

     Continua…  Smiley piscando

Recado ao leitor:   Pessoal, vosso singelo autor agora também escreve para o ‘Filosofia di Bêbado’, juntamente com o querido Miguel, e a charmosa Saanne. Blog novo, mas, super legal. Visitem! Filosofia di Bêbado; Abraço, e até terça! Smiley de boca aberta

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