21 agosto 2011

Quanta Gente Veio Ver

Primeira parte da trilogia: “A Voz Do Violão”;

     Quanta Gente Veio Ver;Dadas as partes ruins, vamos falar apenas das boas partes de ‘A Voz Do Violão’, uma obra puramente nossa, de pessoas inexperientes, de pessoas desentendidas de certas situações, contudo de inúmeros guerreiros que levaram afinco o maior desafio que lhes foi proposto. Lutamos, destemidos, com obstáculos muito maiores que qualquer um de nós. Lutamos, como heróis, e vencemos.

     A começar pela ideia. Não seria exagero dizer que precisávamos de muito dinheiro para as nossas pretensões (viagem e formatura), e não tínhamos – quase - nenhum. Então, a ideia deveria ser ousada. E foi, desde o princípio. Surgiu, e devo dizer, surgiu – de brotar do nada - de um papo com Tâmara Rios e Fernanda Gonçalves. E, logo após ter nascido, de duas garotas tão lindas e inteligentes, obviamente já deveria brilhar, e assim foi.

     Lembro, com muito gosto, que logo Nanda pegou o seu caderno, e Tâmara, com sua sapiência incomum, planejava e cunhava; colocava tudo na roda e tudo, tudo tomava proporções ainda maiores. Discutimos com afinco os detalhes, e também as grandes partes do plano. E, então, chegamos à um ponto. Um ponto que toda festa, inevitavelmente, tem: as atrações.

     Nem mesmo questionamos quando a decisão unânime já havia sido tomada. Canindé. Era a atração que todos sonhávamos, era o artista mais bem reconhecido – e melhor cantor – da região. Era, como já disse, um sonho. E todo sonho costuma ser caro. E este era, de início. Mas, prosseguimos. Mesmo com todo samba, com toda a lama, com toda a fama... A gente foi levando!

     Lembro ainda do muito bem quando ligamos pra Canindé, e conseguimos falar com ele, pessoalmente. Lembro que, já naquela ligação, ele talhou o preço, cortou de uma forma que nem os maiores otimistas (nós mesmos) poderiam supor, mesmo desejando. O preço era já bom, mas ainda não cabia nos nossos orçamentos.

     Contudo, continuamos. Via a empolgação nos rostos de Tâmara e Fernanda, e via que aquilo nutria a minha própria. Nós três, com auxílio de minha mãe, levávamos aquilo também como uma aventura, além de tudo. E, trabalhamos em frentes diferentes. Construímos um verdadeiro plano, completamente diagramado.

     Entramos depois em contato com Luciana Mascarenhas – empresária e mulher de Canindé Soares – e sua simpatia foi o nosso impulso para continuar negociando, além de nossa vontade. Convidados, estivemos presentes na sala da casa deles, talhando valores e derrubando um mito que se arrasta – infelizmente – por nossa cidade.

     Dizem que Canindé é metido, que não faz questão de tocar por aqui, que se acha superior aosCanindé e Eu; outros, e que, sempre quer o brilhantismo e o protagonismo das coisas. Mentira. Pura mentira. Estivemos lá, e fomos super bem recebidos (e sou grato eternamente por isso). Nos sentimos em casa, expomos nossa situação, e chegamos á um preço incrível, que cabia no nosso orçamento, e que estava, obviamente, complacente com nosso sonho.

     De quebra, Luciana e Canindé nos ajudaram com as outras atrações do espetáculo – Duda Félix e Silvinha Soares (aquele abraço!). Depois de –quase- fecharmos, Canindé soltou o “me dê esse valor, e levo Duda e Silvinha”. E assim foi. Saímos de lá sem contrato, sem a obrigação de pagar qualquer valor antes do show, por que estávamos em família – e essas foram as palavras deles.

     Saímos de lá com uma ótima impressão, com a autoestima super elevada, e com um show pra fazer. Trabalhando em várias frentes, já tínhamos a quase certeza do local (o Leader Esporte Clube) e já tínhamos uma ótima data. Contudo, o projeto ainda precisava ser comprado por uma parte importante dele: quem iria fazê-lo.

     Expomos para nossa turma de terceiro ano tudo o que havíamos conseguido. Tínhamos medo, entretanto, de acharem que fizemos algo feio escondendo deles por todo aquele tempo, e tínhamos mais medo ainda de não comprarem o nosso projeto sem nome.

     Mas, eles gostaram. E me irradio quando me lembro do sorriso de Marília Leite quando falamos da ideia. Ela comprou a ideia. Todos a compraram. E, juntos, pensamos, calculamos, fizemos. Saíze Carvalho foi um monstro , Allana Muniz foi uma gigante, e Marília foi massa, né pretinha?! E minha mãe, bem, foi mãe de todos nós, algo completamente único.

     Obviamente que alguns fizeram mais do que outros; mas, o grupo, enfim, funcionou. Produção;

     Porque o grupo decidiu a nossa marca, o nosso nome: “A Voz Do Violão”. E, para os engraçadinhos que perguntaram se o violão falava, tive o prazer de afirmar que sim. Que, para todo amante da boa música, ele falava; e tocava o coração de cada um de nós. E a nossa marca que fica, durante todo esse tempo, com o mais belo nome de festa em muito tempo.

     Porém, o subtítulo inicial não foi mantido. “Quanta Gente Veio Ver”. A turma achou que seria pressupor demais um futuro, seria prepotente da nossa parte. E, não foi. Foi apenas uma previsão do que seria, porque, na festa, vendo e encarando todo o nosso sucesso, era a aquela frase que me vinha à cabeça. Com os olhos lacrimejando e brilhantes, eu pensava, eu dizia: Quanta Gente Veio Ver.

     Continua...

1 comentários:

Anônimo disse...

# Só quem sonha,consegue alcançar ;D

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