23 setembro 2011

Dama de Vermelho.

     Dama de Vermelho.Eu sabia que ela viria. Por isso, não entendia o motivo da minha tristeza e da minha solidão. Talvez ela estivesse demorando demais… Mas, ela viria. Embora tivesse todos os motivos do mundo para não vir, ela jamais havia me deixado na mão, em todo aquele tempo.  Não poderia, e não seria diferente agora.

     Rodei o salão à sua procura. O baile estava lindo, a música era perfeita, e as pessoas estavam muito bem vestidas… Eu parecia ser o único cara só da festa, o que era muito comum, já que era pra casais e eu tinha convidado ela pra vir comigo; ela, à que eu sempre confiara tudo o que podia-se imaginar. Era viria, viria logo, eu tinha certeza.

     E ela veio.  Todos pararam de dançar. O cantor, no palco, não pôde cantar mais, pois estava boquiaberto.  Eu próprio estava boquiaberto, espantado com tamanha beleza. Sempre fora linda, espetacularmente linda; mas, por mais impressionante que fosse, estava mais ainda. O meu rosto, incrédulo, atestava isso.

     Estava num vestido vermelho vivo, não tão apertado, mas o suficiente justo paraLábios Vermelhos! mostrar toda a beleza de seu corpo. O rosto, maravilhosamente perfeito, trazia uns lábios de um vermelho tão vivo quanto o vestido. Ela, que um dia me deu um beijo na boca, estava com a boca repleta de todos os olhares.

     E então veio, caminhando na maior elegância, com o seu salto preto e gigante. Uma dama, ela era uma dama de vermelho, cujos passos abriam um corredor entre as pessoas. Todos queriam-na ver desfilar e, para isso, fizeram uma passarela, não tão digna de sua beleza, e que, assustadoramente, terminava justamente em mim. Ela vinha até a mim. Eu, somente eu, seu acompanhante.

     O papel de coadjuvante no espetáculo que era ela, me caia bem. Eu, babando por uma beleza que já deveria ter me acostumado à ver, agora era, sem dúvidas o cara mais invejado do mundo. E até teria me gabado disso, caso conseguisse me concentrar em qualquer outra coisa, que não fosse exatamente a presença dela.

     - Vai ficar aí babando, ou vai me tirar pra dançar? – Disse, quando chegou perto o suficiente para que fosse ouvida, e atendida. Uma olhada para o cantor, foi o suficiente para que a música recomeçasse, e o salão fosse somente nosso.

  Dama;  E eu não falei nada. Não falei nada a noite toda. Eu estava feliz. Estava feliz por tê-la; estava feliz por aquele momento; estava feliz por ser eu, como há muito tempo não me sentia. Ela tinha disso, de me fazer sentir feliz só com sua presença… E dançamos, dançamos tanto que perdi a conta de quanto tempo passamos.

    E ninguém ousou dançar conosco. Ninguém mais dançou naquela noite. Ninguém ousou nos desafiar; e parecia até que a noite tinha se construído pra gente.  E eu não deixei de agradecer por cada minuto daquela noite. Elas – a noite a moça – haviam sido mágicas, completamente irreais de tamanha perfeição que tomaram.

    Tanto que não fiquei triste quando ela se foi. Em parte extasiado pelo sorriso que ela lançou e pelo brilho que os seus olhos castanhos, quando os seus lábios vermelhos moveram-se para me dizer, em voz doce e completamente linda:

     - Você tem o meu número. 

     E então, mais uma vez, mostrou o poder de usurpar minha atenção, como só ela tinha. Lembrou-me, mais uma vez, o porque de eu a amar tanto, e o porque de ser tão importante para mim. E eu sorri, com tamanha sorte, com tamanho amor.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uaal ''

Augusto Luiz disse...

Obrigado pela visita, [Anônimo]; Espero que tenha gostado! Volte sempre! xD

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