Onde eu nasci passa um rio de saudade. Saudade sim, com aquele leve gosto amargo de exílio, que floresce no fundo da alma, como se aquele rio passasse em meu coração, e dele meu corpo não pudesse ficar-se longe. Onde eu nasci jorra saudade em forma de rio, como se isso fosse inteiramente possível.
O rio da minha terra também exala paz, tranquilidade. Caminha por sobre a terra sem nenhuma pressa de chegar ao mar, como se nele não deságuasse, como se ele pouco importasse. Ou, como se o tempo não fosse nada senão um capricho da natureza que o meu rio, por fim, se recusava a obedecer.