De demagogia e hipocrisia vive boa parte do Partido dos Trabalhadores (PT). A máscara dos hipócritas sustentada pela existência de caras demagogas, alimentadas pelo populismo e pela alienação popular. De alienação vive o Brasil e, talvez por isso, a grande parte dos problemas sejam aceitos, ou passem despercebidos do grande público, inclusive esse.
Hipocrisia: substantivo feminino; caraterística daquilo que não é honesto; vício que consiste em aparentar uma virtude ou um sentimento inexistente, diria o dicionário. Hipocrisia: ato de criticar veementemente uma atitude do governo anterior e valer-se da mesma em seu governo, eu diria no contexto do assunto que me é hoje retratado e divagado.
O fato consiste no seguinte: durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) ocorreram privatizações de algumas empresas como a Telebrás e a Vale, além da Dutra (rodovia federal que liga Rio de Janeiro e São Paulo), que foram extremamente questionadas e criticadas por a oposição da época – que incluía o PT de Lula – aliada com os sindicalistas.
As empresas cresceram imensamente, os serviços melhoraram demasiadamente longe dos domínios governamentais que, claramente, tinha inúmeras dificuldades para geri-las. Contudo, o governo tucano continuou acusado de “vender o Brasil aos estrangeiros”. Além disso, “vender o Brasil à preço de banana.” E saiba-se: banana é um produto muito barato.
Quando a oposição chegou ao poder, com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a coisa não mudou, entretanto. Não só a política econômica do governo de FHC foi mantida, como também foram privatizados 2600 km de rodovias federais, segundo a Veja, além de algumas hidroelétricas e bancos estaduais, como o Banco do Estado do Maranhão, segundo a Wikipédia.
Agora, a presidente Dilma Rousseff está prestes a anunciar um pacote de privatizações que inclui 50 mil quilômetros de estradas da federação, além de ferrovias, alguns portos e aeroportos do país, também segundo a Veja. A justificativa dada? Desatar o que a presidente petista chama de “nó Brasil”. Ou seja, acabar com aquilo que nos mantém presos ao atraso.
E está certa, como esteve Fernando Henrique. Para o pensamento contemporâneo, a estatização é prejudicial; é uma medida arcaica e retrógrada. A privatização seria o contraste, segundo o keynesianismo, fazendo com que um país deixe de gastar e passe a ter receitas com empresas e/ou empreendimentos que outrora eram subdesenvolvidos ou deficitários.
A questão, porém, é a hipocrisia de um partido que sempre repreendeu publicamente essa ideia, realizar a mesma coisa (obviamente com detalhes diferentes, mas, em síntese, semelhante) longe do conhecimento de um povo que foi induzido a achar errada a política de privatizações, pelo próprio PT. Que agora, descaradamente, o faz sem alarde.
Pobre Fernando Henrique, que foi, juntamente com o seu legado, a maior vítima dos hipócritas petistas. O Plano Real, a política de privatizações, as políticas sociais iniciadas em seu governo, e algumas outras medidas tiraram o Brasil da superinflação e do atraso econômico e nos levaram para a longa estrada – privatizada - do desenvolvimento.
FHC, portanto, teve um pensamento moderno que alavancou o Brasil. Vítima do Partido dos Trabalhadores e seus coligados, que aliados à alienação popular, fizeram o Brasil acreditar que tudo começou do zero com Lula. Vítima do seu próprio partido, que fez e faz uma oposição pífia e não consegue defender seu próprio legado. Vítima do partidarismo nacional.
Pois, sem dúvidas, esse é um dos atrasos do país. As pessoas se preocupam muito mais em defender os seus partidos do que defender o que é justo e o que é certo. Pobre Fernando, que deveria ser orgulho nacional e ídolo de uma geração que prefere amar o Gusttavo Lima. Pobre FHC, que cometeu inúmeros erros, mas foi um grande presidente. Pobre FHC, tão inteligente e tão incompreendido...
Hoje, critico o PT, amanhã o PSDB. Sou apartidário; defendo o que for certo, pois vivo de ideais éticos, não de partidários. Atualmente, quando alguém critica algo de grande apreço popular (como o PT, ou Lula) é em dobro criticado. Apresentei argumentos para defender a minha opinião e aceito contestações, porém, vou me valer do pensamento aristotélico: a retórica não é simplesmente falar; o bom cidadão tem que falar e argumentar bem.
Você, caro leitor, concorda? Discorda? Comente! Erratifique!
4 comentários:
Hipocrisia - Sim, muita.
"Pobre FHC" - Nem fodando, meu caro ^^'
Não sou contra a privatização: sou contra dar patrimonio nacional de presente. Privatização da Vale foi uma grande piada. Alguém ganhou muito com essa história... Não fui eu. Me parece que nem o Brasil.
Ao caro Miguel:
Hoje a Vale, mesmo privatizada, é mais lucrativa ao Brasil, do que a 'nossa' Petrobras. Uma empresa privativazada, não gera custos ao governo, só renda, através dos impostos e etc. Diferentemente de uma empresa estatal, onde o governo deve investir, e muito, no seu desenvolvimento.
Um exemplo prático, o maravilhoso pré-sal brasileiro, centro de tantas e tantas discussões sobre o que se fazer com seu 'dinheiro'. Quem acompanha sabe, HOJE, não existe no mundo, tecnologia capaz de explorá-lo (inventar essa tecnologia não é coisa simples, muito menos barata), e o petróleo que lá está, é de baixa qualidade. Lembrando que vivemos em um mundo cada vez mais contrário ao uso do petróleo. Juntando os fatos, cientistas da Petrobras afirmam, se o pré-sal, não começar a ser explorado em 5 anos, ele não será mais interessante economicamente.
PS: Só pra contribuir com os casos do PT. Logo na 'descoberta' do pré-sal, cientistas da Petrobras estavam estudando as bácias, para ver quais teriam viabilidade de exploração. Uma certa bácia no Nordeste, foi declarada não apropriada para exploração. Na mesma semana, o direito de exploração da bacia foi vendido a OGX de Eike Batista, e atualmente, já se encontra em exploração, e curiosamente, gerando lucros ao bilionário brasileiro. Coincidência, será ?!
Miguel, peço novamente que veja a privatização da Vale sob uma perspectiva crítica, histórica. O Brasil tinha acabado de sair de um caos enconômico; a empresa valia muito menos do que o montante pelo qual foi vendido, e, ao contrário do que muitos pensam, era muito menor do que é hoje, gerava déficit; o governo não tinha condições de administrá-la bem, e, então, seguindo as normas do mercado internacional, foi privatizada. É impossível hoje manter um mercado saudável longe dos preceitos neoliberais! =)
Anônimo, realmente tem razão no que disse: A vale gera milhares em impostos, geração recorde de empregos... Mas, quanto as dados novos, obrigado por sua contribuição! Volte sempre, =D
Miguel, largue a mão de ser burro!
Nos últimos dez anos, a Vale passou de oitava maior mineradora do mundo para segunda maior, tanto na produção de minérios diversos quanto na produção de minério de ferro. Pense em quanto o GOVERNO FEDERAL teria de investir para atingir esse patamar, seriam no mínimo 4 anos sem investir UM CENTAVO em politicas publicas. Quem está dando patrimonio nacional é o PT que admite a corrupção deslavada.
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