Enem, neném!

     Eu juro que não vou entrar em desespero. Juro que não vou. Mas, bem que eu queria, viu?! Rapaz, faltam menos de uma semana pro Enem e hoje, quando eu devia estar com a cabeça enterrada nos livros, exercitando meus músculos cerebrais, pus meus pijamas, as pernas pra cima e fui assistir um filme!

     Ultimamente eu estou com a clara sensação de que há algo errado comigo. Por que, sinceramente, a maioria dos meus amigos, agora, está descabelada, correndo para todos os lados e eu, na querida filosofia da ociosidade, estou agora escrevendo pra vocês. Nem me preocupei em revisão, ou fazer boa parte dos simulados que comprei, ou quem sabe em estudar mais um pouco. Gente, fudeu!

     Fudeu, porque eu tenho certeza que no dia da prova eu vou estar completamente tranquilo, vou sentar do jeito mais largado possível, e vou passar a prova toda mastigando chocolate, bebendo água e tentando levar os meus queridos amigos concorrentes ao desespero, com frases assim: “Putz, fácil demais. Próxima!”.

     Daí vocês perguntam: E isso é ruim? Tecnicamente, não. Até que eu chegue ao ponto de tranquilidade máxima e pegue no sono no meio do exame. Isso seria bem desagradável, e os meus pais não iam gostar muito da ideia e eu, tampouco dos discursos que se seguiriam aqui em casa. Na prática, é ruim, bem ruim.

     Desesperado, eu provavelmente estaria estudando e, assim sendo, estaria um pouquinho mais inteligente agora. Tranquilo, eu apenas creio que vou saber chutar com mais competência. Por via das dúvidas, não vai ser agora que eu vou me desesperar, né?! Até porque não seria muito apropriado, e, também, porque eu não conseguiria.

     No mais, esse Enem não é, nem de longe, o meu Enem. Esse eu vou deixar pros outros e, sendo paciente o bastante, vou esperar pelo próximo. No próximo eu broco. Quer dizer, se eu não brocar nesse, né?! Porque, camaradas, se eu brocar nesse, vocês devem perceber apenas uma coisinha: Vocês são muito ruins, manés! Beijos, e queijos!