É ela, Dani. Daniela!

     Pense n’uma baiana arretada… Pensou? Agora, confessa que pensou n’uma Ivete, uma Cláudia e uma Daniela. Não?! Mas, como?! Era imprescindível que  imaginassem elas, ou, ao menos, uma delas! Isto é um problema!! E, se não pensaram, o problema não é meu, é vosso. Portanto, procurem um médico!

     Porque, cá entre nós, as estrelas da nossa música são de uma irreverencia, personalidade, e jeitos marcantes para qualquer memória. Além de todo o talento que esbanjam no palco, mostram, nas entrevistas, no contato com a mídia, o quanto são especiais.

     É sobre uma delas que gostaria de falar hoje, aquela que, sem dúvidas é minha favorita. Não seria bobagem ou hipocrisia minha dizer que prefiro Daniela. Não é por nenhuma característica que a distingue demasiadamente das demais, é só pelo gostar mais, por sentir maior afinidade, por sentir maior empatia pela obra. Enfim, pelo conjunto da obra me cativar mais.

     Por isso, senti-me na obrigação de escrever sobre ela. Por ter, em um texto sobre música, não ter citado Daniela. Por que, isto sim, foi um erro e tanto. Não o faço agora pelos pedidos nos comentários que recebi, mas sim, pela própria consciência de ter esquecido de citar alguém tão importante, e alguém que gosto.

      De vocalista da banda Eva, Daniela conquistou o mundo com o seu talento artístico, e sua voz inconfundível. Criou – eu disse: criou – e difundiu o Axé Music nacional e internacionalmente, fazendo deste uns dos ritmos mais ricos, e mais esplendorosos da atual música popular brasileira.

     Lembro, principalmente, na minha infância, da Daniela que arrasava nos trios elétricos e que carimbava sua imagem e irreverência nas telas de todos os domicílios do país, já que era figura sempre presente nos programas das principais emissoras, e dos principais programas.

     Mas, foram dois vídeos com Daniela que me marcaram mais, por serem justamente diferentes do que eu já tinha visto. Primeiro, um dueto com Caetano na animada ‘Você Não Entende Nada’, quando a baiana empregou, junto ao mito, a sua linda voz pros versos: “Quando eu chego em casa nada me consola/Você está sempre aflita/Lágrimas nos olhos, de cortar cebola/Você é tão bonita…”

      Depois, em um dueto sensacional com o mestre Chico, cantando Mil Perdões – que dispensa comentários! “Te perdoo/Por contares minhas horas/Nas minhas demoras por aí/Te perdoo porque choras/Quando eu choro de rir/Te perdoo por te trair”. A performance dela, também dispensa comentários.

      Daniela não se mostrava submissa aos mitos, como muitos outros fazem, tampouco tentava ser maior que eles. Mostrava o brilho de alguém que canta com seus ídolos, sem pestanejar quando tinha que mostrar-se à altura para cantar com eles. Era só Daniela, sem tirar, nem pôr. Ou seja, era tudo o que o adjetivo Daniela implica: uma baiana arretada e muito, muito mais do que isso!

    Um lobbyzinho: Pessoal do micareta de Jacobina, tragam Daniela! É super bem-vinda, e, todos nós adoraríamos! Deixem suas opiniões! Erratifiquem!