12 abril 2011

A Crueldade De Realengo’

     Conforme o prometido, falar-vos-ei sobre a barbárie, a covardia de um ser desumano, que em busca de vingança, em função da prática de um ideal torto e infundado, baseado na loucura de pensamentos absurdos, assassinou almas inocentes, ceifou vidas indefesas. Atentou contra a pátria.

    O Monstro De RealengoWellinton Menezes de Oliveira, cujos propósitos se exemplificavam no pensamento/plano de jogar um avião contra o Cristo Redentor, invadiu na última quinta-feira, uma escola no Realengo, periferia do Rio de Janeiro, e matou doze crianças, além de ferir mais doze. Logo após ser atingido por um policial, suicidou.

     Para insanidade não há limites. A própria insanidade prega a quebra de quaisquer um. Portanto, a brutalidade, o ato covarde e desleal não pode ser classificado senão como insanidade, como falta de razão ou de sentimento humano. Não há como não classificar de monstro o indivíduo que faz, ou até mesmo que pensa em fazer o que ele fez.

     Sim, ele é um monstro. E, todos nós, torcemos para que ele pague pelo que fez, onde quer que esteja. Pois, mesmo insano, não se pode perdoar tal ato, não se pode esquecer aquelas pobres pessoas que tiveram suas vidas abreviadas pela ação de um louco, de um militante da maldade e da falta de amor. Que ele queime, no fogo eterno do inferno.

     E não falo isso como demagogia, ou como simplesmente ódio pelo que aconteceu. Exponho somente a minha opinião; o meu senso de justiça me diz isso e eu sigo. Adoraria vê-lo passar anos atrás das grades pagando pelos seus atos criminosos, pois vejo que a morte não é pena justa à ele, muito menos vinda de suas próprias mãos. Contudo, confio na justiça celeste.

     Porque embora o culpado, o assassino tenha sido vítima de um sistema falho, não está isento de nada por isso. O bullying sofrido, os traumas de infância, podem tê-lo ajudado a desenvolver esses pensamentos terroristas, mas jamais serão os culpados por essa barbárie. O ato de ceifar 12 sonhos, e de comprometer outros doze. De acabar com o sonho de viver.

     E, quando me perguntaram, se eu o mataria – já sabendo o que ele iria fazer, momento antes; e caso fosse a minha última opção – não hesitei: “Sim!”. Pois, embora matar vá de encontro as meus princípios ideológicos, essa tragédia vai de encontro à minha humanidade. Mataria sim. Mataria, pois caso tivesse feito, não seria como foi.

    A solução, claro, não é outra senão a educação. É o trabalho psicológico em nossas crianças, divulgado pelo ensino, pela cultura e conhecimento. “Ou então, cada paisano e cada capataz, com sua burrice fará jorrar sangue demais; nos pantanais, nas cidades, caatingas e nos gerais... Será, que apenas os hermetismos pascoais, e os tons, os mil tons, seus sons e seus dons geniais nos salvam, nos salvarão dessas trevas e nada mais...?”.

Podres Poderes'

“Será que esta minha estúpida retórica terá que soar, terá que se ouvir, por mais zil anos...?”  - Em aspas, trechos da atemporal poesia Podres Poderes, de Caetano Veloso, cujo link está na imagem acima.

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