29 março 2011 2 comentários

Fala Sério, Fernanda!

     Não discuta. E se você tiver um argumento muito bom, ou uma série de argumentos muito bons, continue não discutindo. Discutir com Fernanda é trabalho de português, é suor jogado fora. Se você insiste em querer convencê-la de alguma coisa, pode tentar, mas tente de todas as formas para não parecer uma discussão. Prove da maneira mais gentil possível, que você está correto; não diga que ela está errada, e reze, reze muito, para ela não sacar que você está tentando impor algo, mesmo que gentilmente; senão vira, inclina o rosto um pouquinho pra cima e vai-se embora.

Fernanda Gonçalves Santos'

     Por que ela, incontestavelmente – e não conteste isso em um raio de 20m de mim -, é cabeça dura. A cabeça de Fernanda é tão dura, que um míssil recuaria antes de atingi-la. Poucos são aqueles que têm a grande honra, as excepcionais possibilidades, de lhe dar um conselho. E, se já é ínfima a possibilidade de ela ouvir o que você tem a falar, é quase inexistente a chance de ela seguir seu pitaco.

     Por que, vejamos, quando o meu bêzão, te disser que com certeza irá fazer alguma coisa, aposte, quase sempre que ela irá fazer o justo contrário. É como se você, em um jóquei, tivesse sempre que apostar no cavalo que ela menos gostar, porque é nesse que ela vai, e é esse que vai ganhar. É da natureza louca dela. Louca. Tá pra nascer alguém tão maluca.

     Primeiro, pela própria filosofia de vida que ela leva. Ela sorri. Simplesmente isso: Fernanda sorri pra tudo, inclusive para os grandes problemas. Não se espante se um dia a vir sorrindo em um enterro, pois o faria sim, e o faria para esconder as lágrimas, das quais ela não gosta. O seu riso, quase sempre presente, não deixa escapar as águas que saem dos olhos; não queira vê-la chorar, é feio, é estranho, não combina com ela. Por que dela sempre se espera a gargalhada descontrolada, louca, alta e contagiante. A risada mais linda que eu conheço.

     Segundo, por ela gostar de ser louca. Ah, ela gosta, a gente se incomoda, eu não. E ela não se importa - qualidade dos loucos – com o que falam/pensam. Portanto, pode pensar mal, falar mal, por as costas, pela frente ou por os lados, até. Por que, as chances dela se ver às avessas com você são mínimas. Estaria comprando briga comigo, só isso.

     Mas, tudo isso acaba quando ela se irrita. Então se pode ver a pessoa mais racional do mundo em ação. Um lado que mostra pouco, mas que faz parte de sua personalidade. O Ministério da Saúde adverte: não irrite/estresse/cutuque Fernanda Gonçalves Santos; sob o risco de pôr em cheque o bem-estar do planeta, ou o futuro da humanidade. Ela se descontrola, mostra a tigresa escondida por sob a face divertida, sob a vivacidade alegre exprimida nos ‘pouco importa’, ‘ por mim’ ou ‘quero os meus pontos’.

     As consequências disso – chamar à tona a tigresa – são tão graves que estressam todos que estão em volta. Porém, se você é assim como eu, ri. Ri muito. Seria realmente trágico, se não fosse hilário.

     Contudo, devo dizer que também me irrito às vezes – muito poucas, quase nunca – com ela. E ela já sabe o caminho, quando quer fazê-lo: eu erro, peço Gu & Nandadesculpas e ela olha na minha cara, e diz, sem sorrir, “Relaxe, tô de boa”. Custava apenas desculpar?! Fico uma arara por isso, por alguns minutos.

     E tudo é encoberto, e tudo é ínfimo perto do bem-estar que sinto ao seu lado. E as palhaçadas que ela faz? E as décadas de minutos que passamos sorrindo da mesma coisa, até lacrimejarmos? São momentos únicos que não cabem nesse singelo post.

     Enfim, não dá pra não dá pra não gostar do jeito ímpar com que ela fala ‘Eu te amo’ – dádiva que apenas alguns (posso contar com os dedos de uma mão) conseguem. E a certeza da reciprocidade. Aliás, quando ela tenta mentir, dizendo que não me gosta, que não me ama, dô um sorriso amarelo, de sarcasmo e ironia e penso: “Fala Sério, Fernanda!”.

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Primeiro, da trilogia comemorativa de aniversário.

25 março 2011 3 comentários

Chame O Ladrão,

    Tem gente que pede pra ser assaltado, que chama o ladrão para lhe fazer uma visita, e, depois, o deixa levar consigo uma lembrança sua. Eu sou uma dessas pessoas.

     Ladrão'Fui assaltado ontem, quando voltava pra casa. Estava sentado em um cais, aqui perto de minha residência, falando no telefone celular com fulana de tal, quando veio até mim um cara mais velho, uns 25 anos de idade, ou sei lá quantos eram - pois não vi sua carteira de identidade -, uma cara nada simpática - seria irreal um ladrão gentil, não é?! -, e feio - tinha a cara da desgraça -.

     Perguntou-me:

     - Tem 1 real sobrando ai?

     - Não, man, não tenho... – Eu tinha! Devia ter dado o real pra ele; quem sabe a minha generosidade deixasse mais mole o coração do sujeito... Tá, ladrões não se comovem com generosidade, tampouco deixam de roubar por ela.

    - Então passa o celular! – Ele falou. Aparentemente nervoso.

    - Ah, man, você tá brincando... – Não acreditava no que estava acontecendo. Não acreditava que poderia acontecer comigo; não naquela hora. Mas, era um assalto.

    Pensei, fria e calmamente – e até me espantei com minha calma de monge – nas minhas possibilidades. Poderia sair correndo, mas o ladrão estava muito próximo e eu não gosto de passar vexame. Poderia conduzir minha mão à cara dele, mas não era muito convidativa a ideia, já que ele parecia ser forte, e poderia ter uma arma consigo. [Persuadir o ladrão não era bem uma opção]. Optei pela terceira e última que eu tinha: entregar o celular paraguaio, ou chinês mesmo, e preservar minha vida e minha honra.

     Voltando à possibilidade de sentar o braço no meliante, devo dizer que estava em uma posição nada favorável no negócio todo. Primeiro, estava sentado, e de costas pra uma queda de quase quatro metros de altura (ou seja, se ele me empurrasse essa seria minha passagem pra o hospital); segundo, eu estava no fone com alguém, estava muito feliz por isso, e meu coração estava bem meloso. Advinha o que aconteceria com ele, o ladrão, se eu estivesse matando leão com os dentes?! Isso há muito não me acontece...

    - Posso tirar os chips?

    Levar meu celular é uma coisa, mas levar meus chips, meus números, minhas mensagens, meus contatos e minha boa quantidade de créditos, é outra completamente diferente e inaceitável. Queria os chips, mas ele não deixou, e eu não quis discutir.

    -Não! – Ele disse. Queria mandar um abraço para a prostituta da mãe dele: a chocadeira. Mas, contive-me e só conseguia rir da situação toda e de meus pensamentos bizarros...

    -Beleza. – Eu disse. Dei o celular pra ele.Como Ser Um Bom Ladrão'

    -Vá andando pra disfarçar! – Ele disse e saiu andando. E eu continuei sentando no cais, rindo.

    Quando já estava um tanto longe, falou de novo:

     -Vá andando, meu irmão!

    E eu pensei: “Meu irmão o caralho! E vá andando você, que já deve tá atrasado pra dar um abraço no capeta!”.

    E eu ri; ri a noite toda. "O homem roubado, que sorri, rouba alguma coisa do ladrão." [William Shakspeare]

    Tem coisas que só acontecem comigo...

As imagens dos post’s sempre tem links ótimos; Confira! ;D

22 março 2011 0 comentários

O Apito Dos Aloprados

     Quando meu professor de matemática disse-nos que já foi árbitro de futebol e que, inclusive, já apitou um BA-VI, não duvidei muito não. Aliás, não duvidei nada. Sê-lo não é tão difícil como deveria. Sê-lo já está se transformando em carma; pra eles eu não sei, mas, pra nós é muito, vos digo. Árbitro'

     A arbitragem no Brasil já foi melhor quando não existia. Não é questionar a importância dos árbitros no nosso futebol, é mostrar quão é ruim a qualidade dos nossos juízes esportivos nos nossos campos futebolísticos. Vários motivos, algumas soluções, nenhum resultado concreto.

     O mal treinamento desses profissionais, a falta de uma punição eficaz para os erros de atuação, e a péssima remuneração devem ser os principais motivos de tantos erros. As coisas não são feitas como deveriam, e passamos longe do modelo ideal, que acredito, já foi alcançado em outros lugares, outros campeonatos.

     Talvez precisemos mesmo é de uma mudança geral na CBF. Tirar de lá alguém que já tem tempo demais no poder e que só faz mal ao desenvolvimento do futebol brasileiro. O Sr. Ricardo Teixeira é um dos piores políticos desse país, e uma reforma política no futebol, seria de grande importância e eficácia.

     Contudo, deve-se creditar à eles, árbitros, uma certa tendência aos erros. Parece-me que os aloprados, com um apito na boca, tem incitação ao ver, ou não ver, o cabuloso, o que existe, ou não existe. Eles simplesmente sentem, de alguma forma um desejo inconsciente de optar pelo errado.

Aloprados'     O apito dos aloprados faz do futebol algo de três torcidas: uma torce pra um time, outra para o outro, e as duas, juntas, torcem pela coadjuvância dos árbitros. O protagonismo não lhes cai bem. Quem sejam, em um mundo ideal, coadjuvantes interessantes.

     Porém, há quem diga que o erro trás mais emoção ao futebol, mais adrenalina à cada partida. Discordo, pois nenhuma partida de videogame é menos interessante devido à falta de erros de arbitragem. Acho o contrário, por ora.

     E chegaram ao ponto de me perguntar, um leigo de futebol, certa vez, pra quem torciam os bandeirinhas, e eu lhe respondi, com plena ciência do que fazia: “Torcem, junto com todos os apitos dos aloprados, contra o futebol”.

18 março 2011 2 comentários

[Eu, Eu Mesmo & Fernanda]

     O filme já estava no auge da sua metade e eu o estava achando horrível. O roteiro era de, basicamente, morte e sangue, sangue e morte, e tinha um pouco de beijo também, em meio ao Recatada'líquido vermelho que usaram de dublê, é claro. Seria nojento, se a gente não soubesse que eles usam algo artificial pra ilustrar o circulante das veias, ou pelo menos torço pra que façam mesmo isso.

      Infelizmente, ninguém parecia compartilhar do meu gosto, estavam todos absortos nele, à exceção da garota ao meu lado. “Era hora de conhecê-la”, pensei. Aliás, mentira. “Era hora de agir”, pensei. Com um toque em uma de suas mãos chamei-lhe a atenção e, num sussurro, lhe questionei:Do Desejo'

- Qual o seu nome?

     - Fernanda, Fernanda Souza – disse; doce como mel, essa voz tava me tirando a concentração e oprimindo o juízo que eu ainda tinha, perguntaria qualquer asneira ou idiotice só para ouvi-la falar, e estava me esforçando para não fazer isso. – E o seu?

     - Augusto, Augusto Luiz – E ambos sorrimos.

     Ainda estava impressionado com a voz, e continuava procurando o chocolate em minha boca quando o filme me pareceu o melhor assunto pra puxar assunto.

     - Bastante violento, não?

     - Bastante. Na verdade já to enjoada com tanto sangue – colocou a mão defronte a boca e sorrimos da sua pequena encenação dramática.

     - Eles estão gostando... – continuei, apontando para o resto da galera.

     - Não sei como, viu? – meneou a cabeça, negativamente – Você parece que não tá gostando...

     - É, num to não. Na verdade, a sua companhia tá melhorando muito isso aqui. – galanteei.

     Pareceu constrangida e deu um sorrisinho, de leve, quase imperceptível. Isso despertou em mim uma sensação de confiança, era quase um sussurro na boca do ouvido, que dizia: “Vai, meu filho, ela tá afim. Vai fundo, parceiro!”. É algo que só se sente lá, na hora, quando o coração, batendo mais forte e rápido, se enche de certeza.

     - Gentileza sua – Ela falou após. Estava afim. Até a pessoa mais burra, imbecil e lerda do mundo, que no caso, no momento e circunstância era eu, já havia percebido isso.Do Beijo'

     - Olha, eu não to nem um pouco disposto a assistir esse filme. Será que cê pode me ajudar a não ter que assisti-lo? – Uma cantada evasiva; qualquer sintoma de recusa e temos as peças para contornar a situação. Deu certo, dava pra ver no rosto dela.

     - Como? – Não havia mais jeito, ela era minha e eu sabia disso.

     - Assim... – Aproximei-me dela até que nossos lábios estivessem colados; o beijo.

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Três de Três, do triênio romântico.

15 março 2011 0 comentários

Ela Me Deu Um Beijo Na Boca’

    Ela estava sentada no chão, com as costas apoiadas na parede e usava os braços para prender as pernas que estavam à sua frente. Tinha os joelhos abaixo da linha dos ombros, e foram eles que useiAtrás Da Porta' como apoio, quando ajoelhado fiquei na sua frente.

    Encontrava-se ali, lhe pedindo desculpas, pois outrora me comportei bastante mal; a moça me pedira um abraço e eu, distraído, dei um frio e insípido. Ela estava chateada, com raiva; contudo, não pelo que eu fizera, estava zangada por algo muito maior, algo ao qual eu não tive culpa e do que tinha conhecimento, algo que até a mim mesmo irritaria. Além de me desculpar, tentava consolar à ela, que eu tanto gostava.Samba E Amor'

    Se o ato pecaminoso cometido por mim foi um abraço frio, desandei a pedir para dar-me outro abraço, para que pudesse me redimir e assim retirar pelo menos um pouco de algo que a estivesse atormentando e deixando-a tão diferente do que estivera ainda depois do raiar do sol. Insisti, e ela negava, até que soltou um: “Saí daqui, me deixa. Me deixa só!”. Ou, para ser mais preciso, algo do tipo.As Vitrines'

    A recusa em nada me afetava e eu continuava ali; a gente volta e meia falava de assuntos diversos entre frases e outras. E, de repente, não mais que de repente, ela me deu um beijo na boca. A surpresa tomou-me, e só assim poderia ser. Enfim, ganhei logo o abraço, que dessa vez foi quente e com gosto de amizade.

    Só lembrando: Ela Me Deu Um Beijo Na Boca.

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    Alguns leitores de longa data, e de participação assídua, disseram que faltava ao blog algo mais romântico. Logo, já publiquei uma estória, publico outra agora e termino na próxima sexta a tríplice de narrações. Os links das imagens levam à poesias do Chico Buarque, tão intensas e lindas.

    Dois de Três, do triênio romântico. 

11 março 2011 1 comentários

Beija eu?!

    Era linda. Tanto que ultrapassava quaisquer que fossem minhas pretensões. Era demais para mim, e eu sabia disso. Portanto, não encare qualquer ação minha senão como loucura, ousadia ou coragem. Mas, prefiro dizer que foi audácia.

Aquele Meio Sorriso'

     Realmente não queria saber de sair naquela noite de sexta – o que era meio estranho, já que amo sair às sextas, na faixa da lua. Mas, o fiz, sob uma incomum influência de alguns. Fomos à praça, na qual havia uma temperatura agradável, um sonzinho – voz e violão – fantasticamente romântico, e um cheiro de ar puro que há muito não via.

     Encostei-me no cais, juntamente com meus acompanhantes, e foi então que a vi chegar.

     Já a tinha visto algumas vezes, já havia inclusive falado com ela, mas não havia sequer nenhum motivo para sentar-se ao meu lado, como ela o fez em seguida. Cumprimentamo-nos. Eu, que devia sentir a naturalidade de quem nada espera, estava um tanto abalado pela beleza ao meu lado.

     Inesperadamente, surgiu um papo um tanto sério em meio à gandaia dos demais. Entreguei-me totalmente a conversa, encantado por tamanha presença. Aos poucos, todos foram se retirando, para outros afazeres, e nós não percebemos. Mas, apenas posso garantir que eu não percebi.

     Ela tinha um papel em mãos, que julguei estar em branco, e este voou com o vento. Já fazia frio, e, embora eu ame o frio, estava incomodado; não por mim, mas por talvez ela não estar bem. Fui apanhar o papel, que fugia do meu alcance, com cada rajadinha a mais.

     Quando enfim consegui, estava há uns dez metros dela. Ao virar-me, deparei com um sorriso deOlhar Atrevido' meia boca, extremamente cativante, apaixonante para qualquer cristão. Não era um riso de agradecimento pelo papel, ou pelo esforço; tampouco era de comicidade por a situação. Era aquele sorriso, aquele que me encheu de uma esperança repentina e de uma coragem pesada, de enorme que era.

     Depois, veio o olhar. Um olhar convidativo, levemente malicioso. Um olhar que endossava minha ousadia, minha certeza em algo tão imprudente e impensado, completamente irracional e louco. Fui andando até ela, com o papel já muito molhado de tanto suor, as pernas bambas e o juízo completamente exilado. Beijo'

     Juro que em algum momento pensei em fugir, sair correndo antes de fazer alguma besteira. Mas, antes que pudesse sequer cogitar a possibilidade real de fazê-lo, já estava em frente à ela, entregando-lhe o seu pertence. Cheguei bem perto, quase em um abraço, tentando ser galante. Pus meu nariz em frente ao dela, e meus olhos não suportaram a intensidade daquela lindeza. Fecharam-se, e nem mesmo percebi a frase que fugiu dos meus lábios, tão próximos dos dela, em um sussurro pedinte, ansioso, maluco:

     - Beija eu?!

      E então a noite pareceu curta demais...

08 março 2011 0 comentários

Aos Amigos Portugueses,

   image Aos amigos portugueses, devo dizer que gostamos muito da “terrinha” e que o sentimento de admiração que nutrimos por vossa gente e por vossa cultura transforma-se em uma grande vontade de cruzar o Atlântico para conhecer-vos por inteiro. E, que as coisas por aqui nunca foram boas.

    Aos amigos portugueses, devo falar que amamos expressões de sua cultura, visto que amamos Camões, Pessoa e Saramago, além de tantos outros. Contudo, sempre gostando mais do seu povo cordial e simpático, dos quais ainda podem, e surgirão, inúmeros outros ídolos. E, que as coisas por aqui não estão boas.

    Aos amigos portugueses, devo agradecer por nossa língua. Dizer que em nenhum outro lugar do mundo, ou de outros mundos, existe quaisquer mais completa e bela, tão expressiva e tão uniforme em suas grandes diferenças regionais. Dizer que com vosso sotaque, ela ganha um detalhe especial, e que também admiramos isso. E, que as coisas por aqui nunca foram ruins.

    Aos amigos portugueses, devo expressar nosso olhar embevecido, quando sabemos que nossos ídolos também são seus. De dizer que ficamos com os olhos brilhando ao vermos que curvam-se em aplausos, como nós, diante da obra de Caetanos, Chicos e Machados; prometemos, em troca, que da nossa gente sairão tantos outros. E, que as coisas por aqui não estão ruins.

    Aos amigos portugueses, devo desculpar-nos por nossa alma piadista e por nosso humor exacerbado contra vossas pessoas. Não culpem-nos, pois sempre queremos sorrir, e, por isso, brincamos com todos. Mas, não são maléficas as gracinhas; são compostas de admiração por vós. E, que as coisas por aqui estão no meio termo.

    Aos amigos portugueses, devo afirmar que, embora existam diferenças significativas entre nós, não existem nenhuma gigantesca. Dizer que a única coisa que nos separam é a enorme poça de água salgada que chamamos de Oceano. E, que as coisas por aqui precisam de mais sorte.image

     Aos amigos portugueses, gostaria de agradecer por as visitas à esse modesto blog verde e amarelo, que já entram na barreira da centena. Gostaria de vos falar que fico lisonjeado com sua atenção e seu carinho no ato de ler este mero projeto de escritor. E, que as coisas por aqui estão melhorando, e irão melhorar.

    Aos amigos portugueses, um terno abraço brasileiro.

04 março 2011 0 comentários

É Carnaval!

     Sua excelentíssima Sra. Presidente e os republicanos, democratas de plantão que me perdoem, mas é acordado pelo consenso geral que voltaremos aos tempos de monarquia, sem medo algum, com a certeza da felicidade estampada em nossas faces brasileiras. O Brasil já está sobre controle do Rei Momo e de seus comandados. É carnaval, minha gente!

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    Dê um chute na bunda da tristeza, jogue o tédio porta à fora, torture os seus problemas e dê-lhes soníferos fortes. Enfim, mande tudo pra fora de casa, porque a felicidade, a alegria e a diversão são madames espaçosas e, convenhamos, temos que tratá-las bem; porque hóspedes bem-vindas elas são.

    Depois que forem embora, – e elas sempre vão – caso sinta-se solitário, chame novamente os hóspedes de sempre, velhos companheiros de guerra. Mas, não pense nessa questão agora, porque resolver questão está fora de questão. Curta o momento, eternize na memória.

    Ora, estamos na terra do Carnaval, nas bordas do furacão mais animado de todos os cantos do planeta. Sorria, estamos no Brasil! Ops, não rimou. Então, só pra completar a rima, e pra ser um pouquinho mais sincero: Sorria, você está na Bahia!

    Não é querendo desmerecer os outros carnavais. Mas o de Salvador, ou melhor, o da Bahia tem um jeitinho especial. Uma magia diferente. imageÉ vivo demais. Sem falar no desfile que algumas das grandes estrelas da nossa música fazem na capital. É lindo!

    Logo, a regra é clara: vamos cair na gandaia, ou ficar de boa, com prefiramos. Mas, diz o Rei Momo: não vamos ultrapassar os limites, para sair do território do bom-senso, da bondade e das leis – e principalmente das leis. Ter cuidado é preciso, é agora mais preciso. Porque melhor do que curtir um carnaval ao máximo, é curtir muitos carnavais. E, no mais, atrás do trio elétrico só não vai que já morreu.

01 março 2011 2 comentários

O Palhaço Deputado

    imageSejamos abestados! Ora, pois, por que não ser? Se tudo está uma merda, qual o motivo influente que nos impede de fazer a besteira, de optar pelo errado? Ora bolas, quase nada! Pode até ser que dê certo. Fazemos tudo corretamente e nada dá certo para nós; logo, vamos inverter os fatores para mudar o resultado. Ops, será mesmo que isso dá certo?

    Vamos colocar um palhaço no Congresso Nacional, para que a palhaçada de lá não se dê somente por conta do terno e da gravata – embora obriguem o palhaço à usá-los. Vamos colocar um palhaço no Congresso, pra que a seriedade da corrupção sinta-se ofendida e tenha a brilhante ideia de ir embora. Ou, talvez, coloquem o palhaço pra fora, pra saudar nossa tentativa e taxá-la de insignificante.

    Mas, não. Nada disso. Jamais algo parecido com isso. Como ilustríssimos parlamentares estão sempre à frente de nós, meros seres éticos, armaram uma armadilha, revestida por uma farsa, tão bem feita que proporcionou até uns ares de bondade pro negócio todo. Não nos deixaram por o palhaço lá. O fizeram, ou melhor, nos obrigaram a fazê-lo.

    Revestido por uma campanha de marketing incrivelmente trabalhada, traçada, arquitetada, e por sua própria popularidade, ele está lá, e o seu principal objetivo já foi cumprido: levar outros que não conseguiriam chegar lá sozinhos. Um jogo político, que se aproveitou das falhas do nosso sistema eleitoral. De palhaço à fantoche de um show nada bonito.

    Todavia, não se pode dar à ele o papel de vítima. De forma alguma. Ele é, como os outros, culpados; pois certamente foi alertado, e tinha conhecimento do terreno no qual estava andando. Não há inocência nisso tudo, não há sinceridade nos meandros dessa jogada, tampouco há o riso, tão marcante outrora, tão lindo sempre.

    Agora, aqueles que o colocaram lá querem sua imagem exposta, jogam-nos aos leões sem qualquerimage lealdade, lamento ou piedade. Querem o total esforço daquele que ainda é um aprendiz. Vão usá-lo exaustivamente, usurpar a sua popularidade, sua imagem, ao extremo até que ele não sirva mais para qualquer objetivo, ou qualquer plano do governo. Afinal, ele não é o mais próximo representante do povo? E o que é o povo para o Congresso?!

    Antes, pode ser que já seja ele um veterano - o que no Congresso pode ser encarado como ser corrompido. Pode ser que dê um baile em todo o mundo e consiga nos mostrar que sempre manipulou seus ventrículos errados. Ou ainda, pode ser que a gente acorde, e dê um basta em tudo isso, prezando a ética e a honestidade.

    Não quero que julguem, porém, que o termo palhaço, utilizado aqui hoje para descrever o deputado Federal Francisco Everardo Oliveira Silva, como uma degradação, ou qualquer coisa do tipo à imagem do Tiririca. Ao contrário, quero apenas dizer-vos do título que lhe caía tão bem, o qual merecia.

    Foi, por muito tempo, o maior palhaço do Brasil; fez-nos rir deveras. Agora, só não esperamos que continue assim. Infelizmente, já não pode ser o deputado Everardo, o palhaço Tiririca. Abestado, já não posso pedir pra que você me faça rir.

 
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