18 fevereiro 2011

Presidenta?!

    imagePresidenta: Palavra gramaticalmente aceita, ridiculamente falada.

    Dizem os linguistas, os mais entendedores da Língua Portuguesa, e os ilustres professores de português, que o uso do termo ‘Presidenta’, pra designar uma mulher que preside, não é incorreto. Contudo, jamais vi alguém falar disso com um sorriso, vontade, ou, no mínimo, satisfação no rosto. Falam quase que forçados, o que me leva a entender que não concordam.

    Eu não concordo. Eu não concordarei. Aliás, em todas as vezes que ouço o uso desta palavra meus ouvidos doem, e a parte de mim que gosta da nossa língua, lateja, implora por uma réplica, implora pra que eu corrija aquele infrator que fala. Porém, não posso, não devo. Afinal, se dizem os linguistas e os próprios dicionários que é correto, não é de minhas possibilidades a correção de algo que é correto, embora feio e de uso duvidoso.

     Assim, apelo ao bom-senso – que falta à maioria das pessoas. Sempre que há uma discussão sobre essa polêmica (sim, pra mim já é polêmica), eu exponho meu ponto de vista, faço o papel de oposição e, incrivelmente, vejo que a maioria, formada por inúmeras mulheres, concorda comigo. Logo, porque o uso desta palavra, se as próprias mulheres rechaçam o seu uso? Qual o porquê de tudo isso?

     Dizem os maiores defensores do uso desta, que é o feminismo a gasolina disso tudo. Mentira. Não vejo nada de feminista nesta ação, não vejo a elevação das mulheres à lugar nenhum com o uso deste termo, nem vejo esse como um caminho à equanimidade entre os gêneros. Não vejo nenhum dos ideais feministas à toda essa situação. Feminismo não é, é jogo de interesse de alguns, jogo político.

     Jogo político, usado violentamente no ano passado para atrair votos de mulheres à uma candidata mulher e que transformou o uso do termo em modinha. O termo, até então quase desconhecido, foi lançado à nós, povo, de uma maneira agressiva. Fomos forçados à vê-lo em circulação e, é claro, algumas pessoas, que não conhecem os ideais feministas, tomam como tal e orgulhosamente repetem.

     Sinceramente rezo pra que os dentistas, artistas, estudantes ou seus companheiros, que possuem um substantivo comum de dois gêneros para os definir, não arquitetem uma jogada de marketing, ou não despertem o desejo louco e gramaticalmente injustificável de separar-se os gêneros para criarem duas palavras. Espero ainda mais que, se forem criadas, não sejam horrivelmente chatas de se ouvir. A língua não deve se curvar à interesses, os interesses que devem se curvar à língua e às suas regras.

    No mais, acho que ações maiores devem ser feitas pra buscar a igualdade entre os dois gêneros, e uma ação bizarra como o uso de um termo ‘feio’ como este, não ajuda, só atrapalha. Porque, além de não ajudar em nada, só força à língua e o povo à uma adaptação inútil. Aliás, nem gosto de gramática!

1 comentários:

Miguel C.N. disse...

"Sinceramente rezo pra que os dentistas, artistas, estudantes ou seus companheiros, que possuem um substantivo comum de dois gêneros"

substantivo comum de dois gêneros?
vc ta ligado q a dilma é homo, né?
soa meio mal isso ^^'

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