28 julho 2012

Quantas lágrimas? Um litro!

     O Japão nos fascina há décadas, e inúmeros são os motivos para isso. No campo das produções televisivas, posso dizer que boa parte de nós viveu o Dragon Ball Z, ou Cavaleiros do Zodíaco, além dos vários animes e desenhos que embalaram a infância de muitos. Há um tempo, porém, me peguei assistindo uma série japonesa e, sinceramente, chorei.

     Precisei de um litro de lágrimas, no mínimo. Lágrimas pela doença incurável da personagem principal; lágrimas por todo o esforço da família dela em aceitar a doença, e ajudá-la na batalha; lágrimas pelos amigos deixados para trás; lágrimas pelos seus apenas quinze anos à época, por uma vida condenada ao sofrimento; lágrimas pelo seu brilhante sorriso.

Um litro de lágrimas!

     Sorriso que faz pensar. Somos realmente fracos diante dos obstáculos; pequenas coisas que acontecem no nosso cotidiano já são enormes motivos para o choro, o desânimo e para desistência. Coisas tão pequenas ganham proporções tão grandes quando encontram com o nosso egoísmo, com a nossa patológica mania de amplificar as nossas dores.

     Em contraste, nem mesmo uma degeneração espinocerebelar foi capaz de tirar o sorriso do rosto da menina Aya. Mesmo com tudo o que faz os nossos problemas parecerem pequenos, ela continua a se esforçar em uma luta contra um adversário invencível e que, aos poucos, a deixa consideravelmente mais fraca e mais incapaz de conseguir persistir em pé.

     Porque é isso que a degeneração espinocerebelar faz: a doença afeta as células nervosas do tronco cerebral, cerebelo e medula espinhal, e, mesmo sem destruir o cérebro, prejudica algumas funções corporais como a movimentação do corpo e a fala, causa dificuldade pra engolir, além de ser progressiva e culminar na inconsciência do paciente, e na morte.

     Acompanhamos ao longo da série Aya enfrentar todos esses problemas. Gradativamente, ela sofre com as quedas e com a impossibilidade de coordenar o próprio corpo; tem que mudar os seus hábitos, largar o clube de basquete, e, quando a acusam de estar atrapalhando o desempenho da sua classe no colégio, ela é forçada à mudar-se para um colégio de deficientes.

Aya!

     O mais impressionante, porém, é que se trata de uma história real adaptada à televisão. Há décadas, a história de Aya e dos seus próximos tem chamado à atenção de inúmeras pessoas em todo o planeta. E, mesmo morta já há muitos anos, ela é um exemplo de coragem e persistência: a garota que jamais desistiu, e que enfrentava às maiores dificuldades sorrindo.

     Inevitavelmente, porém, a teledramaturgia japonesa não é das melhores. Há de se louvar a interpretação dos atores, que realmente fazem uma belíssima exibição, e a trilha sonora que é fantástica. O texto é fraco, mas falas providenciais aumentam o que a história propõe, nos levando a chorar como pequenos bebês. O enredo, por sua vez, é um tanto quando mal desenvolvido, abusando das repetições em uma história potencial.

     Confesso que, inicialmente, estive meio relutante quanto à vê-lo. E não teria feito isso, caso não houvesse a assídua insistência de Tâmara Rios, em suas horas de empolgação e falatório sobre tal e em sua quase imposição pra que eu visse. Ou via, ou morria. Vi, gostei, aprovei. E espero sinceramente que você, caro leitor, não precise de tanto pra se impressionar.

Vale dar uma conferida da estória.
Se você já viu, ou quer ver, Erratifique! =)

Título: Ichi rittoru no namida (Um litro de lágrimas);
Emissora: Fuji Television;
Episódios: 11

Nota de rodapé: Obrigado, queridos leitores por mais de duas mil visitas na última semana. Estou publicanto, nos últimos dias, textos como esse, que comecei há muito tempo e muito tempo demorei pra concluir. Espero que gostem, pois o número é grande e logo sairão. Abraços a todos! =)

1 comentários:

Unknown disse...

Esse foi a série que Tãm mostrou né?? Parece ser muito linda mesmo... depois eu quero assistir!!!!!

Postar um comentário

 
;