12 setembro 2012

O Monstro da Fome!

     “Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome”, disse o poeta Caetano conseguindo resumir, brilhantemente, toda uma situação trágica em uma das mais marcantes frases da nossa história. Não que a frase consiga mostrar o horror da conjuntura, mas, decerto que mostra o caminho que deve ser trilhado para um mundo onde a nossa gente – toda ela – possa brilhar.

     Gente é pra brilhar, mas gente não pode luzir se por aí anda tombando, sem sua vida, por falta do que pôr na boca, se não tem como saciar as necessidades do próprio corpo. Gente, definitivamente, não pode alcançar os seus objetivos se, antes de podê-los tentar, é destinada a uma das mais agressivas e dolorosas das dores, é talhada para uma das mais brutas mortes.

A cara da fome!

     O primeiro passo seria acabar com a fome, diria a frase do poeta, diria a lógica de quem a entende. É fato: a fome é uma pedra gigante e quase intransponível no caminho daqueles que sonham em brilhar. A fome é um monstro que ataca os inocentes e os fazem padecer, torna-os nada senão pobres vítimas, pequenos acusados esperando por seu triste fim.

     Famintos morrem mais do que os aidéticos, tuberculosos e os que têm malária, juntos. Quase dois milhões de pessoas morrem por dia, segundo a ONU. Números que assustam e indignam: afinal, temos todas as armas de quais precisamos para acabar com esse problema.

     O desperdício de alimentos, as enormes quantias gastas em guerras, ou desviadas por a corrupção ao redor do mundo, seriam medidas suficientes, junto como tantas outras possíveis e já discutidas em fóruns e grupos de discussão. O problema maior, contudo, é a negligência: tanto de quem governa e pode fazer, como daqueles que são como nós: vivos.

      Só no Brasil mais de 26 milhões de toneladas de alimentos são jogados fora, segundo o Banco de Alimentos. A culpa disso se espalha desde a colheita e o transporte até o consumidor irrefletido: ou seja, todos são culpados até que provem o contrário. A máxima é antiga, mas ainda tem o mesmo valor: se cada cidadão fizesse sua parte, o desastre seria bem menor.

     A outra parte fica com os governos. Resoluções da ONU para acabar com a fome são frequentemente aprovadas e ignoradas por a maioria. Pouco se faz hoje no mundo, e a situação não dá esperanças de melhora, já que a fome está nos países mais pobres e incapazes de resolvê-la, e aos países ricos – com uma taxa menor de mortalidade – pouco importa.

     E no Brasil? Estamos melhorando, mas a coisa ainda está preta por aqui. O governo retira milhares da zona da pobreza, mas o sistema utilizado é, ou deveria ser, apenas uma medida provisória. Dar dinheiro ao povo – sem a mínima fiscalização – é uma medida pra evitar mortes, mas, faz deste que o recebe extremamente dependente dele: um problema.

     Não vou criticar aqui o Bolsa Família como um todo. Mas, a forma como ele é aplicado é bem diferente daquele do objetivo qual foi proposto, e todos hão de concordar como é falho. Porém, a existência dele é hoje, indispensável. O governo não pode pensar apenas à longo prazo quando à curto prazo milhões morrem. Tem que pensar no presente e no futuro.

Fome Zero?

     Falta pensar no futuro. Como vamos lidar com as gerações futuras, Brasil? É preciso um projeto maior, um projeto que gere emprego (a vara) e facilite a chegada do trabalhador ao trabalho (a lagoa), para que, assim, ele pesque e colha os frutos do seu trabalho (o peixe). Porque, convenhamos, o governo não pode dar o peixe sempre, não é mesmo? Não podemos nos contentar com Bolsas e projetos como o Fome Zero (quem ainda ouve sobre ele?)!

     Elaborei um projeto e o farei chegar aos candidatos da minha cidade; desde que iniciei minhas pesquisas sobre o tema, faço o possível pra evitar desperdícios – e também faço o possível pra conscientizar outros, como esse mero artigo. E você também pode fazer isso. Ajude a sua própria raça nessa guerra contra a iniquidade... Vamos juntos? Erratifiquem! :)

E verão que os filhos dessa pátria jamais fogem à luta!

*Obs.: Anexarei o projeto assim que possível for.

2 comentários:

Filipe Gullit disse...

Muito bom o texto, percebo uma maior imparcialidade nele do que nos demais! O tema, como sempre, muito relevante! Gostei do posicionamento do texto em relação ao bolsa família, concordo com quase tudo o que fora dito! No Brasil, não vejo mais essa "fome" que até algum tempo víamos! Mas tem outros tipos de fome - educação, saúde, emprego -que não são menos importante! Mas essa, sem dúvidas, é a mais importante! Como todo mundo sabe: "Quem tem fome, tem pressa!".

Augusto Luiz disse...

Como você disse, Gullit, o monstro da fome não é tão forte no Brasil como na África, por exemplo. Mas, a coisa aqui ainda é preta, infelizmente. Obrigado pela visita, meu amigo. Você é sempre bem-vindo. :)

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